PM's não aceitam fazer vigilância patrimonial em períodos noturnos. Governo do Estado diz que visa diminuir custos.
'Policiais Militares tem a função constitucional de preservar a ordem pública. Será considerada desvio de finalidade retirar os vigilantes dos seus empregos e substituir por Policiais Militares.'
Cerca
de 400 vigilantes participaram na manhã desta segunda-feira (13), de uma
manifestação em frente frente à sede do Governo do Estado do Amazonas, no
bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus. O ato foi uma resposta a intenção do
Governo de substituir vigilantes por agentes de portaria, como forma de reduzir
custos.
Os
funcionários se reuniram na frente da Praça da Saudade, no Centro de Manaus e
foram em sete ônibus para a sede do Governo do Estado. O trânsito ficou intenso
na área, mas agentes do Manaustrans trabalharam na melhoria do fluxo.
Após
a manifestação, uma comissão dos trabalhadores se reuniu com o secretário
de Estado de Planejamento, Thomaz Nogueira, e ficou agendada uma nova reunião
para esta terça-feira. Em nota, a Secretaria de Estado da Comunicação (Secom)
atribuiu a decisão à corte de custos, e afirmou que "entre as medidas
estudadas pela equipe de técnicos do Governo estão a utilização de agentes de
portaria durante o dia e agentes da Polícia Militar durante a noite, nos órgãos
que podem operar com esse modelo de segurança".
Se
a substituição for aprovada, hospitais, escolas, do Teatro Amazonas, da
Arena da Amazônia e do Centro Cultural dos Povos da Amazônia perderão o
trabalho especializado dos vigilantes.
"Somos
contra a este posicionamento do Governo do Estado do Amazonas, pois em uma das
promessas feitas no ano passado o candidato disse que colocaria mais vigilantes
no lugar das câmeras de segurança, mas ele está cumprindo o contrário. Isso vai
ocasionar demissões de 4 mil funcionários e insegurança dos trabalhadores e
muita despreparação desses agentes", destacou o presidente do Sindicato
dos Vigilantes de Manaus, Vanderli Bernardo.
A
manifestação foi pacífica e reuniu trabalhadores das empresas Forte Vip,
Proseguir, Amazonas Global Service, Visam, EMA da Costa, Amazon Security e J
Bonfim. Representantes da Confederação Nacional dos Vigiliantes, SPB, Força
Sindical, Federação dos Vigilantes do Norte (Fevinorte) e União Geral dos
Trabalhadores (UGT) também participaram do ato.
De
acordo com o vigilante Ademar Silva, 49, o sustento da sua família vem com o
seu trabalho. "Eu moro com cinco pessoas, meus filhos e minha esposa, pago
aluguel e o meu este trabalho é a única forma que tenho para sustentar a
minha família. Portanto, não posso ficar sem trabalho ou parado em casa por uma
falsa promessa de um governante, pagamos os nossos impostos e precisamos de
respeito", afirmou o vigilante.
Para
o diretor do Sindicato dos Vigilantes de Manaus, Angelo André, pode haver uma
outra forma de eliminar os gastos. "O Governador disse que por causa da
crise teria que eliminar outros gastos, mas ele gasta dinheiro com tanta coisa
que esse discurso se perde", finalizou o trabalhador.
Crise é a culpada, segundo o Governo do Estado
De
acordo com a Secom, Thomaz Nogueira explicou aos membros da diretoria do
Sindevam, na reunião, que o Governo está empreendendo um grande esforço para
garantir a manutenção da máquina pública mesmo com os impactos da crise
econômica que afeta o país como um todo e, sobretudo, o Amazonas. “Tivemos o
pior primeiro semestre da história, com uma perda de R$ 200 milhões na
arrecadação”, comentou o secretário.
Na
avaliação de Nogueira, segundo a Secom, a repactuação de contratos
com empresas terceirizadas de segurança é uma ação que se faz necessária na
tarefa de diminuir os gastos. “O Estado vem fazendo o seu papel. Já cortou 702
cargos e custos de operação, mas a crise de aprofundou. Não é uma medida que
agrade, mas o nosso compromisso é com a governabilidade”, acrescentou.
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