sexta-feira, 5 de agosto de 2016

No dia da abertura da Olimpíada do Brasil, nenhuma menção a um herói esquecido do pais


O paraense Guilherme Paraense, não mereceu uma citação, nem da organização dos jogos, nem do estado natal. Nosso ídolo esquecido. O primeiro medalhista olímpico brasileiro, o primeiro a levar a bandeira nacional na maior competição esportiva mundial. 


Um paraense que morreu esquecido e que permanece como um ilustre desconhecido em sua terra, mesmo tendo levado o nome deste estado no nome. Guilherme Paraense nasceu em Belém, no dia 25 de junho de 1885. Foi o primeiro atleta brasileiro a ganhar uma medalha de ouro nos Jogos de Antuérpia, em 1920, permanecendo o único por 32 anos, até que Adhemar Ferreira da Silva igualasse sua conquista no salto triplo, em Helsinque, em 1952. 



Primeiro-tenente do Exército, Paraense foi campeão brasileiro de tiro em 1913, 1914, 1916 e 1917 e campeão carioca em 1915 e 1918. Tinha 35 anos quando competiu pela primeira vez nas Olimpíadas, no dia 3 de agosto de 1920. As disputas do tiro realizaram-se em um campo de manobras do exército belga em Beverloo, vizinho a Waterloo, o famoso lugar onde o exército de Napoleão havia sido derrotado. Na prova de pistola de tiro rápido, com 30 tiros a 30 metros do alvo, Guilherme acertou em cheio o último deles, que decidiu a medalha. Competiu com armas emprestadas. 

Foi também teve a honra de ser o primeiro porta-bandeira olímpico do Brasil. Como o desfile de abertura ocorreu somente em 16 de agosto, treze dias depois da conquista do ouro, seu nome foi uma unanimidade para carregar o símbolo máximo do país. 

O primeiro herói brasileiro nunca mais voltou a competir em Olimpíadas e morreu esquecido pelo pais e pelo estado de origem, vítima de um enfarte, aos 82 anos, no Rio de Janeiro.

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