segunda-feira, 13 de julho de 2015

Vigilantes protestam em frente à sede do Governo e temem perda de 4 mil empregos

PM's não aceitam fazer vigilância patrimonial em períodos noturnos. Governo do Estado diz que visa diminuir custos.

'Policiais Militares tem a função constitucional de preservar a ordem pública. Será considerada desvio de finalidade retirar os vigilantes dos seus empregos e substituir por Policiais Militares.'


Cerca de 400 vigilantes participaram na manhã desta segunda-feira (13), de uma manifestação em frente frente à sede do Governo do Estado do Amazonas, no bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus. O ato foi uma resposta a intenção do Governo de substituir vigilantes por agentes de portaria, como forma de reduzir custos.

Os funcionários se reuniram na frente da Praça da Saudade, no Centro de Manaus e foram em sete ônibus para a sede do Governo do Estado. O trânsito ficou intenso na área, mas agentes do Manaustrans  trabalharam na melhoria do fluxo.

Após a manifestação, uma comissão dos trabalhadores se reuniu com o secretário de Estado de Planejamento, Thomaz Nogueira, e ficou agendada uma nova reunião para esta terça-feira. Em nota, a Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) atribuiu a decisão à corte de custos, e afirmou que "entre as medidas estudadas pela equipe de técnicos do Governo estão a utilização de agentes de portaria durante o dia e agentes da Polícia Militar durante a noite, nos órgãos que podem operar com esse modelo de segurança".

Se a substituição for aprovada, hospitais, escolas,  do Teatro Amazonas, da Arena da Amazônia e do Centro Cultural dos Povos da Amazônia perderão o trabalho especializado dos vigilantes.

"Somos contra a este posicionamento do Governo do Estado do Amazonas, pois em uma das promessas feitas no ano passado o candidato disse que colocaria mais vigilantes no lugar das câmeras de segurança, mas ele está cumprindo o contrário. Isso vai ocasionar demissões de 4 mil funcionários e insegurança dos trabalhadores e muita despreparação desses agentes", destacou o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Manaus, Vanderli Bernardo.

A manifestação foi  pacífica e reuniu trabalhadores das empresas Forte Vip, Proseguir, Amazonas Global Service, Visam, EMA da Costa, Amazon Security e J Bonfim. Representantes da Confederação Nacional dos Vigiliantes, SPB, Força Sindical, Federação dos Vigilantes do Norte (Fevinorte) e União Geral dos Trabalhadores (UGT) também participaram do ato.

 De acordo com o vigilante Ademar Silva, 49, o sustento da sua família vem com o seu trabalho. "Eu moro com cinco pessoas, meus filhos e minha esposa, pago aluguel e o meu este trabalho é a única forma  que tenho para sustentar a minha família. Portanto, não posso ficar sem trabalho ou parado em casa por uma falsa promessa de um governante, pagamos os nossos impostos e precisamos de respeito", afirmou o vigilante. 

Para o diretor do Sindicato dos Vigilantes de Manaus, Angelo André, pode haver uma outra forma de eliminar os gastos. "O Governador disse que por causa da crise teria que eliminar outros gastos, mas ele gasta dinheiro com tanta coisa que esse discurso se perde", finalizou o trabalhador.

Crise é a culpada, segundo o Governo do Estado
De acordo com a Secom, Thomaz Nogueira explicou aos membros da diretoria do Sindevam, na reunião, que o Governo está empreendendo um grande esforço para garantir a  manutenção da máquina pública mesmo com os impactos da crise econômica que afeta o país como um todo e, sobretudo, o Amazonas. “Tivemos o pior primeiro semestre da história, com uma perda de R$ 200 milhões na arrecadação”, comentou o secretário.

Na avaliação de Nogueira, segundo a Secom,  a repactuação de contratos com empresas terceirizadas de segurança é uma ação que se faz necessária na tarefa de diminuir os gastos. “O Estado vem fazendo o seu papel. Já cortou 702 cargos e custos de operação, mas a crise de aprofundou. Não é uma medida que agrade, mas o nosso compromisso é com a governabilidade”, acrescentou.


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