domingo, 21 de junho de 2015

João Branco é o traficante mais procurado pela polícia do AM

João Branco encabeça a lista da Polinter dos mais procurados pela polícia. Só no mês de maio, 22 fugitivos foram capturados e presos

    João Branco começou na vida criminosa no final da década de 90 quando ainda era adolescente
    João Branco começou na vida criminosa no final da década de 90 quando ainda era adolescente (Divulgação)
    O traficante e homicida João Pinto Carioca, o “João Branco”, é considerado, hoje, o criminosos da Justiça mais procurado pela polícia do Amazonas. Ele está foragido desde março do ano passado, quando foi indiciado e teve a prisão preventiva decretada como sendo o principal suspeito de ser o mentor e também um dos executores do homicídio do delegado de Polícia Civil Oscar Cardoso Sobrinho, 64, ocorrido no dia 9 de março de 2014.
    João Branco está entre os mais de 2 mil fugitivos que estão sendo procurados pela Polinter que, diariamente, dá cumprimento a mandados de prisões e só neste mês conseguiu mandar para a cadeia mais de 20 fugitivos.
    De acordo com o titular da Polinter, Antônio Rondon, João Branco não está longe e poderá ser preso a qualquer momento. “O mandado dele está na nossa prancheta, mas ele não é objeto exclusivo de procura só da Polinter. João Branco também é procurado pelo Departamento de Repressão ao crime Organizado (DRCO), Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai), e outros órgãos de segurança”, disse Rondon.
    O delegado explicou que João Branco é um criminoso diferenciado, primeiro por ser um líder da facção criminosa Família do Norte (FDN), principal suspeito de ter assassinado o delegado e autor de outras mortes e, portanto exige uma investigação diferenciada, principalmente porque ele sabe que está sendo procurado.
    O delegado não descarta a possibilidade de que o criminoso esteja em Manaus comandando o crime. “A prisão desse criminoso requer um trabalho de paciência. Ele sabe que está sendo caçado, vive escondido como um rato, não fica três dias num mesmo lugar, mas a sua prisão é questão de tempo. A qualquer momento, quando ele nem esperar vamos estar próximo. É uma questão policial nossa”, disse Rondon.
    Outros procurados
    Além de João Branco, a Polinter tem outros alvos considerados como prioridade. Um deles é o traficante e pistoleiro Gregório Graça Alves, o “Mano G”. Ele é foragido da Justiça desde o último dia 21 de março, quando cortou a tornozeleira eletrônica que vinha usando havia 15 dias. Mano G teve a prisão preventiva transformada em prisão domiciliar pela desembargadora Encarnação das Graças Sampaio Salgado, atendendo a representação da defesa do preso que alegou que ele era portador do vírus HIV e hepatite, e precisava de cuidados médicos.
    O outro é Marcelo Carneiro Pinto. Ele foi preso pela Polícia Federal em 2013 na “Operação Cunhatã”, que desarticulou uma rede de exploração sexual de adolescentes indígenas no município de São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros de Manaus). Ele é acusado de manter relações sexuais com meninas indígenas virgens, com idades entre 9 anos e 14 anos, em troca de dinheiro, presentes, alimentos e bombons.
    Colocado em liberdade por magistrada
    De acordo com os autos, as vítimas de Marcelo Carneiro Pinto são adolescentes das etnias tariano, wanano, tukano e baré, que vivem na periferia de São Gabriel da Cachoeira cuja população é 90% indígena. Além dele, foram presos mais dois irmãos foram presos pelo mesmo crime.
    Marcelo estava preso no Centro de Detenção Provisória (CDP), no km 8 da BR-174, e foi colocado em liberdade por meio de habeas corpus deferido pela desembargadora Encarnação das Graças Sampaio Salgado durante o plantão no dia 15 de março e deixou a cadeia dois dias depois.
    O desembargador da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Mauro Bessa, revogou o habeas corpus que colocou Marcelo em liberdade e expediu mandado de prisão para que ele fosse capturado em caráter de urgência. De acordo com o despacho da magistrada, Marcelo estava preso desde maio de 2013.
    Ameaças
    De acordo com o delegado Antônio Rondon, muitas pessoas ligam para a Polinter querendo saber se o fugitivo Marcelo Carneiro Pinto já foi recapturado. Pessoas de São Gabriel da Cachoeira, onde ele morava e tinha comércio, dizem que ele é perigoso e que depois que ganhou liberdade passou a ameaçar vítimas e testemunhas. A polícia não descarta que ele esteja escondido em algum hotel no centro de Manaus. Marcelo é procurado pela Polícia Federal, Civil e Militar.
    Os mais procurados  Perfil: João Branco 
    Nome: João Pinto Carioca 
    Crimes cometidos: João Branco começou na vida criminosa no final da década de 90 quando ainda era adolescente. Segundo a polícia, teve crescimento meteórico no mundo da droga. Começou como avião, passou para dono de boca de fumo no bairro do Mauazinho, Zona Leste, e hoje é atacadista. Foi preso pela primeira vez em 2005 pela Polícia Federal quando tinha 27 anos. Na cadeia, ele passou a ser o novo xerife do sistema penitenciário no lugar de Betuel Sobrinho, assassinado a tiros em julho de 2006. Mesmo preso o traficante continuou a comandar o tráfico de dentro da cadeia, onde tinha muitas regalias, sala refrigerada com piso de cerâmica, saídas inclusive para comemorar o aniversário em casa.
    Perfil Marcelo Pinto 
    Nome: Marcelo Carneiro Pinto 
    Crimes cometidos:  Marcelo foi preso pela Polícia Federal acusado de integrar uma rede de prostituição infanto-juvenil em São Gabriel da Cachoeira. Foi denunciado pelo Ministério Público Federal pelos crimes de estupro de vulnerável, corrupção de menores, satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente, favorecimento da prostituição de vulnerável, rufianismo (tirar proveito da prostituição alheia) e coação no curso do processo. O MPF/AM também entendeu que a ofensa à dignidade sexual das vítimas prejudica não apenas a elas próprias, mas também a identidade indígena de toda a comunidade a qual pertencem.
    Perfil Mano G 
    Nome: Gregório Graça Alves 
    Crimes cometidos: Mano G é membro de uma família de traficantes que há mais de três décadas abastece o Amazonas e manda drogas para outros Estados. Ele é sobrinho dos narcotraficantes Antônio Mota da Graça, o “Curica”, e Jorge Mota Graça .
    Ele estava preso desde 2012, quando policiais da Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai) estourou o quartel general da facção criminosa Família do Norte (FDN), no conjunto Jardim de Versales, onde foram apreendidos grande quantidade de armas de grosso calibre e drogas. Mano G é considerado como um dos integrantes da cúpula da FDN junto com o traficante e homicida Alan Castimário, o “Nanico”

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